quinta-feira, 21 de maio de 2009

Castanhão "perde" o equivalente a 21 açudes

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O Açude Castanhão registra, diariamente, redução de seu volume de água. A diminuição, porém, é variável

Limoeiro do Norte. Com as chuvas intensas já registradas no Estado, pode-se dizer que o sertão virou mar faz tempo. Porém, um mar em controlado recuo. Agora, com a diminuição das chuvas, o Castanhão está reduzindo o seu volume hídrico. A água que perdeu somente de terça para quarta-feira — cerca de 50 bilhões de litros — é equivalente a uma média de 21 açudes de pequeno porte dos 130 monitorados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh). Mas a soma não chega a 1% de toda a água do reservatório, que guarda recurso suficiente para, pelo menos, mais cinco anos.

Desde que as chuvas deram trégua na região da bacia do Salgado, no Centro-Sul do Estado, o açude Castanhão perde volume e deixa de acumular recordes, conforme noticiado ontem pelo Diário do Nordeste. Mas a quantidade de água que tem perdido, ou liberado para a calha do Jaguaribe, de apenas sete centímetros da manhã de terça até o mesmo horário na quarta-feira, é enorme e, ao mesmo tempo, considerada insignificante diante da quantidade de água ainda armazenada e da necessidade de um “pulmão de segurança”, para o caso de fortes chuvas surpresas neste período chuvoso, que ainda está só na metade.

A quantidade de água perdida pelo Castanhão soma 50 bilhões de litros, ou 21 açudes

Se reunir os açudes Bonito, em Ipú, Jatobá, em Milhã, e outros 19 reservatórios monitorados pela Cogerh no Ceará com capacidade entre 800 mil e seis milhões de metros cúbicos de armazenamento, chega-se ao equivalente a 50 milhões de metros cúbicos de água (ou 50 bilhões de litros) liberados a cada dia pelo Castanhão desde que deixou de quebrar recordes de armazenamento, segunda-feira passada. Ele reduziu da cota 105,55 metros acima do nível do mar para 105,48 metros (ao meio dia de ontem), e a redução de 6,53 para 6,49 bilhões equivale a apenas 0,7% da capacidade de armazenamento, de 6,70 bilhões de metros cúbicos — um dia antes havia reduzido em 0,3%. O reservatório ainda acumulava 96,9% no início da tarde de ontem. Dos 130 açudes monitorados pela Cogerh, 26 têm entre 800 mil e 6 milhões de metros cúbicos de capacidade.

De acordo com Francisco Almeida Chaves, gerente da Cogerh em Limoeiro do Norte, os sete centímetros de nível reduzido em 24 horas representam muito mais água do que se fosse o mesmo desnível em períodos com menor reserva, “pois como está muito cheio, é bem maior o espelho d’água do que se estivesse somente na calha do açude”, explica. Com isso a redução do volume de água também deve variar de um dia para o outro. “Vai depender da quantidade de chuvas nas bacias que mandam água para o açude, da presença do sol cobrindo o espelho d’água e da abertura das comportas”, acrescenta. Ontem de manhã, o Castanhão continuava liberando 800 metros cúbicos de água por segundo para o rio Jaguaribe, e recebia do Salgado pouco mais de 500 metros cúbicos, o que influencia em sua redução. Almeida esclarece que, com o volume atual, o maior açude do Ceará tem água suficiente para abastecimento em cinco anos de seca, ou seja, a situação é de segurança.

Texto: Diário do Nordeste
Foto: Melquíades Júnior
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