quinta-feira, 7 de maio de 2009

Iracema é invadida pelas águas do Rio Figueiredo

Marcadores:

Iracema. Parte da população do município, no Vale do Jaguaribe, foi surpreendida, na tarde de ontem, com um verdadeiro arrastão de águas, horas depois de ter chovido. Lugares até então secos ficaram com quase dois metros de água. Com as chuvas, dois açudes vizinhos sangraram, na cidade de Pereiro, destruindo diques da barragem em Iracema; e um terceiro transbordou, na comunidade quilombola da Serra de Bastiões. Até a noite de ontem, pelo menos 140 famílias já haviam sido transferidas às pressas para abrigos e casas de parentes. O fato só aumenta no Interior o temor quanto à segurança dos pequenos açudes.

Já havia parado de chover quando uma correnteza de lama invadiu os bairros Brisamar e Carrapicho e parte da Zona Oeste de Iracema. Casas e fábricas ficaram inundadas, em poucas horas, pelas águas do Rio Figueiredo. Só em Iracema, foram 83 milímetros de precipitações, enquanto o município vizinho, Pereiro, registrou quase o dobro, 156mm - a maior chuva no Estado entre terça e quarta-feira últimas. Entretanto, por estar em terreno mais alto, as águas de Pereiro foram escoadas para o Rio Figueiredo, que seguiu com força em direção à Iracema.

Para agravar a situação, houve o arrombamento de dois açudes particulares em Pereiro, alimentando o Figueiredo e, em seguida, aumentando o volume da cheia em Iracema, que teve a sua barragem arrombada depois que diques de barro se romperam. A barragem é antiga e um dos principais balneários da cidade, que tem dois açudes públicos sangrando desde a semana passada: o Ema, com 10 milhões de metros cúbicos, e o Canafístula, com 13 milhões de metros cúbicos. Conforme a Defesa Civil do Município, esses dois açudes estão seguros.

Os acessos entre as cidades de Pereiro e Iracema ficaram prejudicados. Na tarde de ontem, o translado de pessoas e motos era feito em pequenas canoas. Com a cidade em início de inundação, vários pais que têm os filhos estudando em Limoeiro do Norte foram buscá-los, sob o temor de que o acesso à BR 116 fosse prejudicado.

Às 20 horas de ontem, as águas do Rio Figueiredo já haviam baixado pelo menos 50cm. Ainda assim, as famílias foram orientadas a não voltar para casa, já que o céu continuava nublado, sinalizando a possibilidade de mais chuvas.

Em Jaguaruana, não param de chegar pessoas à sede da Defesa Civil do Município reclamando de fome. A cidade está desabastecida e ainda aguarda kits do Estado. Em Russas, já são mais de 400 famílias desabrigadas e desalojadas, e pelo menos oito casas desabaram, nos bairros de Poço Redondo, Pitombeira, Várzea Alegre e Tabuleiro do Juazeiro. Duas pessoas morreram. Os 2.400 desabrigados foram transferidos ontem para igrejas e escolas públicas. Outras 80 famílias ilhadas pelas águas ainda não deixaram suas casas.

A cidade de Palmácia foi castigada pelos 125mm que caíram entre terça-feira e ontem. Segundo o vereador Marcelo Simião, o principal problema foram os deslizamentos de rochas e terra das serras no município. Algumas casas chegaram a desabar. O acesso entre a sede de Palmácia e Pacoti está interrompido. Em direção a Maranguape, a estrada ficou temporariamente bloqueada.

Com o risco de novos delizamentos, a empresa de ônibus que faz o trecho Fortaleza-Palmácia suspendeu as viagens. Assim como as topics. Na sede do município, houve queda de árvores, alagamentos e falta de energia e de sinal telefônico.


Melquíades Júnior
Colaborador

Texto: Diário do Nordeste
Foto: Melquíades Júnior
|

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Traduzido Por : Template Para Blogspot
Copyright © 2013. Limoeiro Noticias