sábado, 27 de junho de 2009

De Limoeiro do Norte para o mundo

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O cearense José Edilbenes, ex-servente de pedreiro, faz sucesso desenhando super-heróis para uma das mais poderosas editoras de quadrinhos dos Estados Unidos

Em Limoeiro do Norte, no interior do Ceará, onde as carroças ainda disputam espaço com motos e bicicletas nas ruas, todos conhecem José Edilbenes Bezerra, de 36 anos, como "aquele que desenha". Desde os 18, quando deixou de fazer bicos em uma fábrica de filtros e de trabalhar como servente de pedreiro, ele passa até onze horas por dia, incluindo sábados e domingos, sentado numa escrivaninha com o lápis em punho. Mesmo sem entender inglês nem nunca ter saído do país, Edilbenes é contratado exclusivo da poderosa DC Comics, a segunda maior editora de quadrinhos dos Estados Unidos, detentora de títulos como Batman e Superman. Os quadrinhos que desenha raramente chegam a uma das três bancas de Limoeiro, mas ele não se incomoda com isso. "Aqui todos sabem o que eu faço. Vira e mexe vem um garoto me mostrar uma ilustração e pedir dicas", diz Ed Benes, apelido pelo qual é conhecido no exterior. O cearense não é o único brasileiro do ramo a fazer sucesso nos Estados Unidos. O número de artistas nacionais que emprestam seus traços às editoras de quadrinhos americanas triplicou nos últimos quatro anos. Atualmente, outros 150 desenhistas e coloristas trabalham nesse mercado. A maioria faz 22 páginas por mês, o equivalente ao tamanho de uma edição. Como recebem de 50 a 500 dólares por página desenhada, sua renda mensal varia de 1 100 a 11 000 dólares.

Os desenhistas brasileiros são parte de uma indústria que movimenta anualmente, só com a venda de publicações, 330 milhões de dólares nos Estados Unidos. Neste ano, dos dez quadrinhos mais vendidos por mês, dois foram desenhados por artistas nacionais. O traço brasileiro não agrada só ao público: faz sucesso também entre os críticos. Em 2008, o gaúcho Rafael Grampá e os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá, de São Paulo, venceram o Eisner Awards, premiação americana que é considerada "o Oscar dos quadrinhos". A equipe, que inclui dois outros desenhistas estrangeiros, ganhou com uma série de histórias sem balões em que os personagens são os próprios desenhistas. "Depois do prêmio, ficou muito mais fácil discutir novos projetos com as editoras", conta Moon. Hoje, ele e o irmão trabalham juntos em projetos para duas editoras internacionais.

Texto: Veja.com
Montagem sobre fotos Drawlio Joca

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Um comentário:

  1. É gratificante ver um conterrâneo fazendo sucesso em uma área tão disputada. É motivo de orgulho para a cidade. Amigo continue se destacando e com certeza, um dia voce poderá a suas próprias tiras, como o Maurício Sousa, que também começou assim.

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